Prefeito de
Recife e mais dois, todos do PSB, também são alvo do inquérito.
Ministério Público quer apuração sobre suposto superfaturamento em estádio.
Ministério Público quer apuração sobre suposto superfaturamento em estádio.
Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília
O Governador Paulo Câmara (PSB) e o Senador Fernando Bezerra (PSB), os dois são citados no inquérito aberto para investigar suas supostas participações no suposto superfaturamento na construção da Arena Pernambuco. Foto: Internet
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal
(STF) o prosseguimento de um inquérito aberto para investigar o governador de
Pernambuco, Paulo Câmara; o prefeito de Recife, Geraldo Júlio; o senador
Fernando Bezerra Coelho; e o deputado Tadeu Alencar. Todos são do PSB.
Janot quer que os quatro sejam investigados pela suspeita de participação no suposto superfaturamento na construção do estádio Arena Pernambuco, pela Odebrechet, para a Copa do Mundo de 2014. As informações foram divulgadas pela revista "IstoÉ" e confirmadas pela TV Globo.
Janot quer que os quatro sejam investigados pela suspeita de participação no suposto superfaturamento na construção do estádio Arena Pernambuco, pela Odebrechet, para a Copa do Mundo de 2014. As informações foram divulgadas pela revista "IstoÉ" e confirmadas pela TV Globo.
Em nota (leia
a íntegra mais abaixo), Paulo Câmara, Geraldo Júlio e Tadeu Alencar
afirmaram que a licitação respeitou todos os requisitos legais, que não houve
superfaturamento e, além disso, estão à disposição para prestar todas as
informações.
Também em nota (leia a íntegra ao final desta reportagem), a defesa do senador Fernando Bezerra informou não ter tido acesso ao pedido de Janot e, portanto, não teria como comentar o assunto.
O pedido
No mesmo pedido, Janot pediu a devolução de parte da investigação sobre quem não tem foro privilegiado para Pernambuco e a continuidade da apuração sobre quem tem foro no Supremo - governadores, por exemplo, têm foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o procurador entende que os políticos devem ser investigados juntos.
Em agosto, em razão da Operação Fairplay, da PF de Pernambuco, investigadores enviaram o caso ao Supremo pelo envolvimento das autoridades com foro privilegiado.
O caso foi distribuído para o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, por conexão com fatos investigados na operação. O ministro, então, pediu parecer da Procuradoria Geral da República sobre o apuração.
No começo de novembro, Janot, por sua vez, requereu o prosseguimento do inquérito no Supremo sobre quem tem foro. Agora, Teori Zavascki terá que decidir sobre a continuidade da investigação.
Operação Fair Play
Deflagrada em agosto, a Operação Fair Play apurou irregularidades na Arena Pernambuco, estimada em R$ 796 milhões, e apontou superfaturamento de R$ 42,8 milhões. Na ocasião, foram realizadas buscas na sede da Odebrecht. Há suspeita, ainda, de fraude em um empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Também em nota (leia a íntegra ao final desta reportagem), a defesa do senador Fernando Bezerra informou não ter tido acesso ao pedido de Janot e, portanto, não teria como comentar o assunto.
O pedido
No mesmo pedido, Janot pediu a devolução de parte da investigação sobre quem não tem foro privilegiado para Pernambuco e a continuidade da apuração sobre quem tem foro no Supremo - governadores, por exemplo, têm foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o procurador entende que os políticos devem ser investigados juntos.
Em agosto, em razão da Operação Fairplay, da PF de Pernambuco, investigadores enviaram o caso ao Supremo pelo envolvimento das autoridades com foro privilegiado.
O caso foi distribuído para o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, por conexão com fatos investigados na operação. O ministro, então, pediu parecer da Procuradoria Geral da República sobre o apuração.
No começo de novembro, Janot, por sua vez, requereu o prosseguimento do inquérito no Supremo sobre quem tem foro. Agora, Teori Zavascki terá que decidir sobre a continuidade da investigação.
Operação Fair Play
Deflagrada em agosto, a Operação Fair Play apurou irregularidades na Arena Pernambuco, estimada em R$ 796 milhões, e apontou superfaturamento de R$ 42,8 milhões. Na ocasião, foram realizadas buscas na sede da Odebrecht. Há suspeita, ainda, de fraude em um empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo a "IstoÉ", que teve acesso ao documento assinado pelo
procurador, "a contrução da obra não teria ocorrido sem a colaboração dos
agentes políticos". Ainda conforme a revista, Janot aponta suspeita de
recebimento de doações oficiais pelos políticos da Odebrecht e da Projetec,
contratada para auditoria na obra.
Versões
>> Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Comitê Gestor de
Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco:
NOTA OFICIAL
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio,
e o deputado federal Tadeu Alencar, como ex-integrantes do Comitê Gestor de
Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco (CGPE), vêm a público
prestar os esclarecimentos abaixo, diante da reportagem publicada na edição
online da revista Istoé:
1 – A licitação para a construção da Arena, ocorrida em 2009, observou todos os
requisitos, prazos e exigências da Lei de Concessões e da Lei das Parcerias
Público-Privadas, que preveem a possibilidade de o autor do projeto participar
da licitação, não decorrendo desse fato qualquer irregularidade, fraude ou
frustração do caráter competitivo da disputa;
2- A Arena Pernambuco foi entregue em junho de 2013 e custou R$ 479.000.000,00
(base maio de 2009), tendo apenas 75% da sua construção sido financiada pelo
BNDES e sendo a mais barata entre as arenas construídas no Brasil, levando em
conta a capacidade instalada. O restante do valor do contrato deveria ser pago
durante a exploração do Estádio (contraprestação para a operação da Arena);
3 – Não houve superfaturamento. O percentual do terreno da Cidade da Copa foi
validado pela Fundação Getúlio Vargas, não tendo sido questionado pelo Tribunal
de Contas da União e do Estado. O terreno não foi entregue à Concessionária,
continuando no patrimônio do Estado de Pernambuco;
4 – Considerando que as receitas estimadas não se confirmaram, o contrato de
concessão foi rescindido, tendo os parâmetros utilizados na rescisão sido
aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado, por meio de formalização de Termo
de Ajuste de Gestão (TAG);
5 – Importante destacar que o contrato de concessão foi aprovado pelo Tribunal
de Contas da União (TCU) e pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco
(TCE-PE), na decisão de número 0101011/2011, tendo sido igualmente analisado,
sem objeções, pelo Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e
BNDES;
6 - A análise encomendada pelo Governo do Estado de Pernambuco à Fundação
Getúlio Vargas está disponível no Portal da Transparência no
www.transparencia.pe.gov.br .
Como têm feito todas as vezes que é provocado, o Governo do Estado de
Pernambuco e os ex-integrantes do CGPE, enquanto ocupantes de funções públicas,
estarão à disposição para prestar todas as informações necessárias sobre a
construção da Arena Pernambuco.
>> Leia abaixo a nota do senador Fernando Bezerra Coelho:
A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho, representada pelo advogado
André Callegari, afirma que não teve conhecimento do referido despacho do
procurador-geral da República - tampouco do Inquérito 4292, que, inclusive,
tramita em sigilo - não tendo, portanto, subsídios para se pronunciar, neste
momento. A defesa de Fernando Bezerra observa que não recebeu qualquer tipo de
convocação ou intimação. E lembra que, conforme, atestam os tribunais de Contas
da União e do Estado, todas as operações referentes à licitação da Arena
Pernambuco foram julgadas regulares pelos referidos tribunais.
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